O propósito do Yoga


Obter saúde, respirar melhor, relaxar, combater o estresse, e entrar em forma são apenas conseqüências naturais da prática do Hatha Yoga, mas nenhum desses resultados é a sua meta. A prática do Yoga deve ser entendida como um caminho para o autoconhecimento: o conhecimento sobre si mesmo, o entendimento e a percepção do Ser que realmente somos. Esse Ser, nossa verdadeira e essencial natureza, é plenitude, felicidade, harmonia e paz. O Yoga não nos transforma neste Ser, apenas nos ensina a reconhecer esse Ser que inevitavelmente já somos. O objetivo do Yoga é moksha, a liberdade. O autoconhecimento (Brahmavidya) é a chave para nos libertar do sofrimento que a ignorância (avidya) sobre quem realmente somos nos faz sentir.


Todo tipo de sofrimento que sentimos (medo, raiva, insuficiência, tristeza, insatisfação, carência, etc.) é fruto dessa ignorância. O autoconhecimento nos liberta dos condicionamentos que nos amarra a desejos, pensamentos, palavras e ações reativas.


O Yoga nos ensina a agir deliberadamente, de acordo com os valores universais, escolhendo nossas ações com a consciência do que é adequado e que deve ser feito (dharma), sem sermos escravos dos impulsos automáticos das emoções, dos nossos gostos e aversões.


Aprendemos a agir com habilidade e atenção, fazendo aquilo que tem que ser feito da melhor forma possível, desapegando-se dos resultados e entregando os frutos das nossas ações. Aprendemos a viver uma vida mais tranqüila, feliz, consciente e deliberada. A iluminação é o reconhecimento. É nos reconhecermos como o Ser (brahman). O estado de Yoga é o estado natural do Ser.


Enquanto yogis no caminho de auto-realização entramos e saímos deste estado. Assim é dito no velho e sempre atual texto da Katha Upanishad: “Quando os cinco sentidos e a mente estão parados, e a própria razão descansa em silêncio, começa o caminho supremo. Esta firmeza calma dos sentidos chama-se Yoga. Mas deve-se estar atento, pois o Yoga vem e vai”.
Digo que é relativamente fácil vivenciarmos este estado durante a meditação, em cima do tapetinho, ou quando contemplamos a natureza; difícil é permanecer neste estado no cotidiano, nas relações que temos que viver na sociedade, no cumprimento das nossas responsabilidades (vyavahara).

O verdadeiro sadhana (prática) é quando procuramos aplicar na vida aquilo que estudamos e aprendemos em sala, em cima do tapetinho. Nosso desafio como yogi sincero é refletir a atitude de Yoga em cada coisa que fazemos, a cada segundo que vivemos. Do contrário, continuaremos sendo os mesmos tolos de sempre, longe da auto-realização.

Ao assumirmos a ocupação de instrutor de Yoga não significa que já somos sábios realizados. Ensinando aos outros também estamos repetindo para nós mesmos o ensinamento, pois precisamos estar ouvindo e lembrando sempre, nos mantendo no trilho da senda, e assim nos tornamos um meio de transmissão desta tradição (parampara). Espera-se do instrutor que passemos adiante o ensinamento sem distorções, com coerência, honestidade, clareza e sinceridade. O dharma do professor é buscar sua realização e ajudar os outros a se realizarem.

Nós yogis, inclusive professores, não somos santos, nem pessoas perfeitas. Temos defeitos e erramos como qualquer ser humano, mas podemos despertar em nós o que temos de melhor e de mais útil aos outros e ao todo. Igualmente, cultivamos nos nossos alunos o que eles têm de mais sublime para oferecer ao bem comum, sendo esse um dos nossos papeis.
Harih Om!
OM TAT SAT !
Adrian Vilas Bôas
“Om. Que nós dois (o que transmite o ensinamento e o que escuta) estejamos unidos, protegidos e nutridos. Que estejamos felizes, saudáveis e fortes. Que trabalhemos juntos com vigor em prol do bem comum e que progridamos juntos. Que nosso estudo e nossa prática nos ilumine; que nosso conhecimento seja realizador. Que nunca haja inimizade entre nós, que nunca nos desentendamos. Que haja paz plena.”

Adrian Vilas Bôas 
Desde 2002 estuda e pratica Yoga em profundidade com professores renomados internacionalmente, dos quais destaca a formação com Pedro Kupfer e o estudo de Vedanta com Glória Arieira, cujos ensinamentos alicerçam sua prática pessoal e a forma como transmite Yoga. Em 2004, renuncia a carreira de arquiteto para se dedicar ao dharma de ensinar Yoga. Em 2006, inaugura o programa Yoga Santosha, ministrando aulas regulares, cursos de formação, vivências e retiros de imersão. Em 2012 viaja a India vivenciando a cultura hindu dentro do berço do Yoga. Ensina Yoga sob a luz da tradição de Advaita Vedanta e do Tantra, ministrando as técnicas do Hatha Yoga Tradicional de acordo com o ensinamento dos textos antigos. É professor nacionalmente reconhecido e editou a revista Yogizine. Vive em Salvador-BA, onde vem trabalhando a realização do seu propósito de viver a felicidade, de se expressar através da música, de tocar o coração do outro e de inspirar a visão daquilo que somos.
Y o g a S a n t o s h a

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ॐ OM GAM GANAPATAYE NAMAH ॐ